quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Uma frase perfeita sobre os esquerdistas brasileiros, escrita por Maílson da Nóbrega.

Na última veja de 2010, Maílson da Nóbrega escreve um bom texto sobre o que pensam as esquerdas atualmente, e em que elas se transformaram. Segue o texto (está sem acentos, meio desconfigurado, mas foi o que consegui na internet):

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Revista Veja - 27/12/2010

Vem ai a primeira presidente que acreditava no comunismo e teve participação na luta armada contra o regime militar. Outro exguerrilheiro comunista, Jose Mujica, tomou posse como presidente do Uruguai em 1º de março deste ano.
A Utopia comunista encantou muitos jovens, inclusive este escriba, entre os anos 1950 e 1960. Prometia a sociedade sem classes e a todos atender segundo suas necessidades. Na época, o comunismo da União Soviética parecia superar o capitalismo. Nikita Kruschev, o líder soviético, foi levado a serio quando em 1960 bateu o sapato na tribuna da ONU e depois anunciou que seu país suplantaria os Estados Unidos em 1980 o Sputnik, o primeiro satélite, fora lançado em 1957. Em 1961 o russo Yuri Gagarin tornou-se o primeiro a ir ao espaço, ampliando o otimismo comunista. Acreditava-se que os paises em desenvimento e até mesmo alguns desenvolvidos adotariam o socialismo soviético. Seria uma questão de tempo.
A coisa não era tão rósea assim. O governo soviético privilegiava a industria pesada, em detrimento da industria leve e da agricultura. Dizia que mais tarde o sacrifício seria recompensado por sólida base industrial e pelo acesso a bens de consumo. Como a promessa não se cumpria, sinais de insarisfação apareceram já em 1953, nos distúrbios de Berlim. Em 1956 foi a vez da Hungria e da Polônia. Todos foram reprimidos. Novas· promessas de mudança e melhoria não se concretizaram. O descontentamento aumentava a medida que a prosperidade se firmava nas sociedades capitalistas. No radio e na TV, os paises vizinhos da Europa Ocidental viam que ficavam para trás. Ate os cidadãos soviéticos, mais distantes, começavam a notar o fosso.
Os dois problemas estruturais do mundo comunista ficaram evidentes: a supercentralização e a ausência de incentivos, particularmente de recompensas pelo esforço individual. Inibiam-se a inovação e os ganhos de produtividade, que são centrais no processo de desenvolvimento.
O crescimento comunista vinha do impulso da industria pesada, que se esgotava. A União Soviética chegou a superar os Estados Unidos na produção de alto, mas isso resultava de ineficiências. Um trator soviético pesava oito vezes mais do que o americano. A agricultura se atrasava. A eletrônica virou de vez o jogo em favor do capitalismo. O transistor e o laser transformaram produtos de consumo, processos industriais, os transportes e as telecomunicações. O computador se tornou dominante. O comunismo perdeu a corrida tecnológica por causa das falhas sistêmicas do planejamento central.
A esquerda européia percebeu a realidade. Aceitou a economia de mercado e a democracia como valores fundamentais, sobretudo depois da queda do Muro de Berlim. Entendeu que o capitalismo era também superior no respeito às liberdades individuais inerentes aos regimes democráticos. Na América Latina, o aggiornamento começou no Chile. Aos poucos, em distintas velocidades, se espraiou por outros paises. A madura esquerda chilena evitou o retorno da velha tradição intervencionista. O mesmo ocorreu no Uruguai. No discurso de posse, sem rodeios, Mujica prometeu uma política econômica ortodoxa. Institucionalmente, esses dois paises são os mais avançados da região.
No Brasil, o governo de FHC foi exemplo dessa mudança. Reverteu retrocessos estatistas da Constituição de 1988 e laçou as bases de um novo período de desenvolvimento. Lula manteve a política econ6mica, mas não continuou as mudanças nem evitou que em seu governo sobressaísse um vetusto anticapitalismo. o anticapitalismo, alias, e a marca de muitos que abandonaram a utopia do socialismo real soviético. Sua conversão foi parcial. Defendem vigorosamente a democracia, mas desconfiam da economia de mercado. Recentemente, a preferência pelo estatismo se nutriu de um equívoco, o de que a crise financeira teria devolvido o prestigio a ampla intervenção na economia.
Espera-se que a nova presidente, na linha de seu colega uruguaio, dispa-se dos últimos vestígios do anticapitalismo que professava. Isso não significaria abraçar o absoluto livre mercado, outra utopia, mas liderar o país para livrá-lo de conhecidas ineficiências do estado.

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A frase que destaquei é perfeita: os esquerdistas brasileiros, antes comunistas, tiveram que aceitar a queda do muro de Berlim, mas ainda não engolem a economia de mercado e os valores do capitalismo.
Por isso, a luta (a nossa, dos que acreditam no capitalismo e no livre mercado) continua...

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Lançamento do meu novo livro: DIREITO EMPRESARIAL ESQUEMATIZADO.

Amigos e amigas, conto com a presença de todos no lançamento do meu novo livro, Direito Empresarial Esquematizado, a ser realizado em Recife, na livraria Cultura do Paço da Alfândega, às 19h da próxima sexta-feira (29 de outubro). Em breve haverá lançamento em Brasília.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Lei nº 12.286, de 13 de julho de 2010.

Em 27 de janeiro de 1654, os pernambucanos expulsaram definitivamente os invasores holandeses. As batalhas que culminaram na expulsão dos holandeses foram travadas pelas “tropas patriotas”, assim chamadas porque o evento é considerado pelos historiadores como o marco inicial do nacionalismo brasileiro e da formação do exército do nosso país (foi a primeira vez em que lutaram juntos índios, negros e brancos).

É de fatos como esse que uma pátria deve se orgulhar. Os bravos combatentes lutaram sobretudo por liberdade, mas também contra a tributação extorsiva e o confisco de propriedade (eita que aquele povo guerreiro teria muito o que ensinar aos idiotas de hoje, que assistem ao estado aniquilar o indivíduo e não fazem nada...).

Muito mais importante do que conceder ponto facultativo em jogo da Copa é reviver o passado dos gloriosos brasileiros que lutaram por uma país livre! Isso, sim, é uma boa demonstração de patriotismo, e não esse papo boboca de pátria de chuteiras. Com um detalhe importante: os guerreiros de outrora venceram os holandeses, né?
Por que estou falando nisso? Porque ontem foi publicada no Diário Oficial da União a Lei nº 12.286, que "proclama Olinda a capital simbólica do País".

LEI Nº 12.286, DE 13 DE JULHO DE 2010.
Proclama Olinda a Capital Simbólica do Brasil e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o Em 27 de janeiro de cada ano, a cidade de Olinda, no Estado de Pernambuco, será reconhecida, durante esse dia, como a Capital Simbólica do Brasil.
Art. 2o A cada 50 (cinquenta) anos, durante as comemorações da Restauração Pernambucana e Nordestina, o Prefeito de Olinda e sua Câmara de Vereadores receberão os títulos simbólicos de Prefeito e Câmara de Vereadores Mor do Brasil.
Art. 3o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 13 de julho de 2010; 189o da Independência e 122o da República.

Eu sei tudo de futebol!!!

Essa Copa do Mundo, segundo muitos comentaristas esportivos, teve péssimo nível. Eu discordo. Péssimo nível quem tem são os comentaristas esportivos, que não sabem nada de futebol e só falam bobagens.
Quem entende de futebol sou eu, hehehe... Querem a prova? Olhem abaixo a análise que fiz da Copa 2010 e confiram. Como eu já tinha adiantado quando escrevi o post em que analisei a Copa, não estava fazendo previsão, porque não sou vidente. Fiz uma análise técnica. E acertei em cheio. Vamos ver:
1) Afirmei que as maiores ameaças ao hexa brasileiro eram Espanha e Holanda. E quem feliminou o Brasil? Quem? Holanda! E quem fez a final da Copa? Quem? Espanha e Holanda, ora essa! E os espanhóis ficaram com a taça.
2) Reconhecendo a tradição e a força da 'camisa' como armas dos alemães e dos italianos, eu disse que um deles sempre chegava, e a Alemanha realmente foi uma das sensações da Copa, perdendo da campeã Espanha na semifinal e ficando com o 3º lugar. Mais um acerto para minha análise.
3) Sobre a Itália, escrevi o seguinte: "A Itália, atual campeã, não se renovou adequadamente, correndo o risco de repetir o fracasso da França em 2002, que chegou como campeã e foi eliminada na primeira fase". E o que aconteceu? Exatamente o que previ. Essa foi demais, hein!?
4) Sobre as possibilidades da Argentina e da Inglaterra, deixei claro que ambas as seleções dependiam muito de seus craques: Messi e Rooney. Resultado: como nenhum dos dois correspondeu às expectativas - não marcaram gol nenhum -, argentinos e ingleses caíram fora mais cedo, ambos goleados pela Alemanha. Mais um acerto na minha conta, ok?
5) Sobre a França, escrevi o seguinte: "A França sem Zidane não assusta ninguém. Classificou-se para a Copa por causa de um gol absolutamente ilegítimo, no apagar das luzes. Seu grupo, que conta com os donos da casa e os sempre respeitáveis uruguaios, não é dos mais fáceis, e os franceses têm que tomar muito cuidado para não repetir o fiasco de 2002". Incrível, né? Acertei em cheio essa também.
6) Sobre Portugal, eu disse claramente que corriam por fora, e que sem Felipão no comando eles não chegariam muito longe. Não deu outra. Mais um ponto para mim.
7) Sobre as seleções africanas, eu acertei em cheio mais uma vez! Incírvel! Confiram: acertei que uma daquelas seleções iam surpreender em algum jogo (basta citar as vitórias de Gana sobre a Sérbia e sobre os EUA); acertei que aqueles jogadores iam aprontar (Drogba fez gol no Brasil, e Eto'o marcou duas vezes na Copa); acertei que os donos da casa iam aprontar também (eliminaram a França); e acertei que nenhuma seleção africana passaria das quartas-de-final. Em suma: acertei tudo!
8) Sobre eventuais surpresas, mais uma vez eu simplesmente dei um show de análise. Apontei que as seguintes seleções podiam surpreender: EUA, Paraguai, Chile, Uruguai e México. Pois bem. Todos eles realmente surpreenderam, passando para as oitavas-de-final. O Paraguai surpreendeu ainda mais, chegando até as quartas-de-final. E o Uruguai, como todos sabem, foi a maior surpresa da Copa, chegando às semifinais graças ao ótimo desempenho do craque da Copa, Diego Forlan, que eu também havia apontado como sua grande arma. O que dizer? Acertei de novo!
9) No mais, não destaquei mais nada. E realmente não houve nada. Nenhuma outra seleção, além das que eu destaquei na minha análise, chegaram sequer às quartas-de-final. Isso significa que eu acertei de novo! Incrível!
10) Por fim, sobre os candidatos a saco-de-pancada, apontei 3 seleções: Honduras, Nova Zelândia e Coréia do Norte. Realmente, nenhuma passou sequer da primeira fase, a Coréia foi pior seleção e Honduras foi a terceira pior seleção. Meu único errinho, portanto, foi em relação à Nova Zelândia, que não pode ser considerada saco de pancadas, porque não perdeu pra ninguém.
Resumo da ópera: esses comentaristas esportivos, que ganham salários altíssimos e viajaram para a África do Sul com tudo pago, só falaram bobagens. EU ACERTEI TUDO!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Viva o individualismo!

O individualismo é algo ruim no futebol, por isso Cristiano Ronaldo jamais será melhor que Messi ou Kaká, que jogam para o time. Fora do ambiente esportivo, o individualismo é um valor que infelizmente tem sido esquecido. Isso me faz lembrar a excelente entrevista que Contardo Calligaris concedeu a Reinaldo Azevedo, na extinta Primeira Leitura: "Qualquer tipo de fidelidadeque passa na frente do foro íntimo é a definição do mal. Quando isso acontece, tudo é permitido. A única coisa quecoloca limites ao horror é o foro íntimo. Individualismo é uma palavranobre. Não tem nada a ver com o egoísmo, mas com uma sociedade em que o indivíduo é umvalor superior à comunidade. A tendência antiindividualista émuito presente na parte menos interessantedo Iluminismo francês, especificamente emRousseau. O conceito de vontade geral é verdadeiramenteuma das raízes ideológicas doque aconteceu de pior no século 20. É umperigo ideológico."
Acho que não é a primeira vez que falo dessa entrevista aqui neste blog... Nem será a última.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Para estrear o novo layout do blog.

Já expliquei em posts antigos o porquê do nome deste blog. É um trocadilho com as expressões "direita" e "esquerda", que são usadas no Brasil e no mundo para designar visões de mundo (e de política, de economia etc.) distintas.
Já disse também em posts antigos o que penso dessa "classificação". Vejam agora o que pensa ninguém menos do que Ludwig Von Mises, um dos meus liberais preferidos e grande ícone da Escola Austríaca:
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"A terminologia usual da linguagem política é estúpida. O que é esquerda e o que é direita? Por que Hitler é de 'direita' e Stalin, seu amigo e contemporâneo, de 'esquerda'? Quem é 'reacionário' e quem é 'progressista'? Reação contra políticas pouco inteligentes não deve ser condenada. E progresso em direção ao caos não deve ser elogiado. Nada deve ser aceito apenas por ser novo, radical, e estar na moda. 'Ortodoxia' não é um mal se a doutrina em que o ortodoxo se baseia é válida. Quem é antitrabalhista, aqueles que querem rebaixar o trabalho ao nível da Rússia, ou aqueles que querem para o trabalho o padrão de vida capitalista dos Estados Unidos? Quem é 'nacionalista', aqueles que querem colocar seu país sob os calcanhares dos Nazistas ou os que querem preservar sua independência?"
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Pra estrear a "nova cara" do blog, ok?
:-)

P.S.: hoje (escrevo esse P.S. em 25/01/2012) eu sou um libertário e não adoto mais essa visão política que contrapõe direita x esquerda. Prefiro adotar o diagrama de Nolan: http://pt.wikipedia.org/wiki/Diagrama_de_Nolan.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Análise da Copa.

Não dá! Eu só penso na Copa. Comprei até uma TV LCD Full HD de 32 polegadas pra colocar na minha sala do trabalho, porque não quero perder nenhum jogo sequer.
Resolvi fazer uma análise dos favoritos ao título, das prováveis surpresas etc.
O que vai abaixo é uma análise, não é um palpite. Portanto, prendi aos fatos e aos números. Quem quiser contestar, tem que apresentar fatos e números também, e não apenas opiniões e conjecturas.
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BRASIL
Favoritíssimo ao título!
O técnico Dunga, embora contestado pela torcida por não ter convocado os meninos da Vila Neymar e Ganso – e também pelo seu mau humor inexplicável –, tem o time nas mãos. Os números demonstram isso: campeão da Copa América, campeão da Copa das Confederações e 1º lugar nas eliminatórias com certa tranqüilidade. Nos amistosos contra grandes seleções, o Brasil também foi muito bem. Além de tudo isso, a nossa seleção tem Kaká, sem dúvida um dos melhores jogadores da atualidade, e Luís Fabiano, um goleador nato. Para completar, temos ainda a melhor zaga do mundo com três jogadores que atuam pelo mesmo time, o que garante entrosamento quase perfeito.

ESPANHA e HOLANDA
As principais ameaças ao hexa brasileiro.
O fracasso na Copa das Confederações, quando perdeu surpreendentemente para os Estados Unidos, não nos deve fazer menosprezar o selecionado espanhol. Com o excelente goleiro Casillas, um meio-de-campo fantástico, composto por Xavi, Iniesta e Fábregas, e um ataque muito eficiente, liderado por Fernando Torres, a Espanha chega a essa Copa com credenciais que nunca ostentou em outros mundiais.
A Holanda, por sua vez, fez uma campanha perfeita nas eliminatórias européias: 8 jogos, 8 vitórias, 17 gols marcados, apenas 2 gols sofridos. Seus dois principais jogadores, Sneijder e Robben, estão em grande fase. O centroavante Kuyt tem faro de gol e a zaga é muito segura. A laranja mecânica vem pra essa Copa com muita força e com chances reais de ganhar o título.

ITÁLIA e ALEMANHA
Sempre serão favoritos.
Você sabia que apenas nas edições de 1930 e de 1974 a final não teve a presença de Brasil, Itália ou Alemanha? É isso mesmo! Em todas as outras edições uma dessas três seleções chegou à final, e algumas vezes duas delas se enfrentaram no jogo decisivo, como ocorreu em 1970, 1982, 1994 e 2002. Portanto, é impossível analisar o favoritismo de seleções numa Copa do Mundo e não se lembrar da Itália e da Alemanha.
Coloco esses dois países como terceira força, atrás de Holanda e Espanha, por motivos muito fáceis de explicar. A Itália, atual campeã, não se renovou adequadamente, correndo o risco de repetir o fracasso da França em 2002, que chegou como campeã e foi eliminada na primeira fase. A Alemanha, por sua vez, perdeu às vésperas da Copa sua grande estrela, Michael Ballack. De qualquer forma, todo o cuidado com esses dois times é pouco. Um deles sempre chega.

INGLATERRA e ARGENTINA
Se Rooney e Messi jogarem...
Não há como negar: Lionel Messi e Wayne Rooney foram os melhores jogadores da última temporada européia. E é neles que as torcidas inglesa e argentina acreditam, muito mais do que nas suas seleções. Todo time campeão tem um craque que detona na Copa (a exceção foi a Itália de 2006), e ninguém chega a esse mundial com tantas expectativas de ótimo desempenho quanto esses dois. A Inglaterra ainda tem uma vantagem: o excelente técnico italiano Fábio Capello no comando. A Argentina, por sua vez, tem Maradona para atrapalhar. Mas se Messi estiver inspirado e Milito fizer gols como tem feito pela Inter de Milão, a coisa ficará feia para os adversários.

PORTUGAL e FRANÇA
Correndo por fora meeesmo!
Depois que Felipão deixou a seleção portuguesa, a coisa desandou. O excelente trabalho do técnico não teve continuidade, e Portugal chega a essa Copa dependendo muito de Cristiano Ronaldo, que é craque, mas não tanto para fazer de seu time um favorito ao título. O fato de ter caído num grupo forte, estreando contra a perigosa Costa do Marfim e decidindo a classificação contra o favoritíssimo Brasil pode fazer com que os gajos abandonem o mundial cedo demais.
A França sem Zidane não assusta ninguém. Classificou-se para a Copa por causa de um gol absolutamente ilegítimo, no apagar das luzes. Seu grupo, que conta com os donos da casa e os sempre respeitáveis uruguaios, não é dos mais fáceis, e os franceses têm que tomar muito cuidado para não repetir o fiasco de 2002.

SELEÇÕES AFRICANAS
Mais do mesmo.
A primeira Copa num país africano pode aguçar a imaginação de muitos, fazendo crer que finalmente uma seleção do continente vai chegar a uma semifinal, por exemplo. Difícil demais que isso ocorra. Quase impossível. O que veremos nessa Copa é o mesmo que já vimos nas últimas, talvez um pouco mais. Com certeza seleções como Gana, Costa do Marfim, Camarões ou Nigéria vão surpreender em algum jogo (tomara que não sejam os marfinenses, né?). Com certeza excelentes jogadores como Drogba, Essien ou Eto’o vão se destacar. Mas a rodada das quartas-de-final deve ser, mais uma vez, o limite. Os donos da casa também vão aprontar das suas, sobretudo por causa da torcida e das irritantes vuvuzelas. Mas é difícil crer que cheguem além das quartas-de-final. O roteiro dos africanos não deve mudar. Resta saber apenas quem vai ser o protagonista da vez, papel já ocupado pelos camaroneses (1990), nigerianos (1994) e senegaleses (2002).

OUTRAS SURPRESAS
Será que as teremos?
A maior surpresa da Copa tende a ser mesmo o sucesso de Espanha e Holanda, que podem conquistar pela primeira vez o título. No mais, nada de novo se desenha. Mas, se é pra analisar friamente, os números e os fatos indicam que EUA, Paraguai, Chile, Uruguai e México podem pregar peças. Os americanos vêm tendo bons resultados, como o vice-campeonato na Copa das Confederações, e apostam no entrosamento. Os chilenos vêm embalados pela excelente campanha nas eliminatórias. Os paraguaios perderam o ídolo Cabañas, mas naturalizaram o ótimo argentino Lucas Barrios para ocupar seu lugar. Os uruguaios têm a velha tradição e o excelente Forlan como armas. O México, por fim, merece respeito por ter disputado todas as últimas Copas sempre com times competitivos.

O RESTO
... é resto!
No mais, o destaque é para as seleções que chegam à Copa competindo pelo título de “saco-de-pancadas”: Honduras, Nova Zelândia e Coréia do Norte (Oba!!!).

sábado, 15 de maio de 2010

Robin Hood: que filmaço!

Acabei de assistir ao filme Robin Hood. A dobradinha Ridley Scott e Russel Crowe novamente resultou num filme grandioso, que faz valer a pena a ida ao cinema. A narrativa histórica também foi muito boa.
Sabe-se que a história de Robin Hood é um tanto mítica. Essa lorota de que ele roubava dos ricos para dar aos pobres é uma bobagem. E nesse ponto o filme de Ridley Scott é impecável. O diretor mostra Robin Hood como um arqueiro espertalhão que rodou o mundo como soldado do Rei inglês Ricardo "Coração de Leão".
A partir desse mote, o filme narra de forma muito competente os acontecimentos históricos da época, como a ascensão do irmão de Ricardo ao trono após sua morte. Sim, o irmão dele era ninguém menos que João "Sem Terra", o conhecido monarca que jurou a famosíssima Magna Carta, a mãe de todas as Constituições.
E é justamente na parte em que se refere à Magna Carta que, na minha opinião, Ridley Scott dá uma escorregada. É que o filme coloca Robin Hood como "o cara" que faz João "Sem Terra" jurar a Carta, após um discurso inflamado em defesa da propriedade privada, do devido processo legal e da liberdade.
É isso, gente. Quem quiser ver o Robin Hood que rouba dos ricos para dar aos pobres que alugue o filme de 1991, estrelado por Kevin Costner. No filme atual, a história termina justamente quando Robin Hood vira um fora-da-lei.
O filme é excelente!Só achei que transformar Robin Hood no cara que fez João Sem Terra jurar a Magna Carta foi um exagero... Menos, né?

terça-feira, 23 de março de 2010