quarta-feira, 23 de junho de 2010

Para estrear o novo layout do blog.

Já expliquei em posts antigos o porquê do nome deste blog. É um trocadilho com as expressões "direita" e "esquerda", que são usadas no Brasil e no mundo para designar visões de mundo (e de política, de economia etc.) distintas.
Já disse também em posts antigos o que penso dessa "classificação". Vejam agora o que pensa ninguém menos do que Ludwig Von Mises, um dos meus liberais preferidos e grande ícone da Escola Austríaca:
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"A terminologia usual da linguagem política é estúpida. O que é esquerda e o que é direita? Por que Hitler é de 'direita' e Stalin, seu amigo e contemporâneo, de 'esquerda'? Quem é 'reacionário' e quem é 'progressista'? Reação contra políticas pouco inteligentes não deve ser condenada. E progresso em direção ao caos não deve ser elogiado. Nada deve ser aceito apenas por ser novo, radical, e estar na moda. 'Ortodoxia' não é um mal se a doutrina em que o ortodoxo se baseia é válida. Quem é antitrabalhista, aqueles que querem rebaixar o trabalho ao nível da Rússia, ou aqueles que querem para o trabalho o padrão de vida capitalista dos Estados Unidos? Quem é 'nacionalista', aqueles que querem colocar seu país sob os calcanhares dos Nazistas ou os que querem preservar sua independência?"
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Pra estrear a "nova cara" do blog, ok?
:-)

P.S.: hoje (escrevo esse P.S. em 25/01/2012) eu sou um libertário e não adoto mais essa visão política que contrapõe direita x esquerda. Prefiro adotar o diagrama de Nolan: http://pt.wikipedia.org/wiki/Diagrama_de_Nolan.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Análise da Copa.

Não dá! Eu só penso na Copa. Comprei até uma TV LCD Full HD de 32 polegadas pra colocar na minha sala do trabalho, porque não quero perder nenhum jogo sequer.
Resolvi fazer uma análise dos favoritos ao título, das prováveis surpresas etc.
O que vai abaixo é uma análise, não é um palpite. Portanto, prendi aos fatos e aos números. Quem quiser contestar, tem que apresentar fatos e números também, e não apenas opiniões e conjecturas.
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BRASIL
Favoritíssimo ao título!
O técnico Dunga, embora contestado pela torcida por não ter convocado os meninos da Vila Neymar e Ganso – e também pelo seu mau humor inexplicável –, tem o time nas mãos. Os números demonstram isso: campeão da Copa América, campeão da Copa das Confederações e 1º lugar nas eliminatórias com certa tranqüilidade. Nos amistosos contra grandes seleções, o Brasil também foi muito bem. Além de tudo isso, a nossa seleção tem Kaká, sem dúvida um dos melhores jogadores da atualidade, e Luís Fabiano, um goleador nato. Para completar, temos ainda a melhor zaga do mundo com três jogadores que atuam pelo mesmo time, o que garante entrosamento quase perfeito.

ESPANHA e HOLANDA
As principais ameaças ao hexa brasileiro.
O fracasso na Copa das Confederações, quando perdeu surpreendentemente para os Estados Unidos, não nos deve fazer menosprezar o selecionado espanhol. Com o excelente goleiro Casillas, um meio-de-campo fantástico, composto por Xavi, Iniesta e Fábregas, e um ataque muito eficiente, liderado por Fernando Torres, a Espanha chega a essa Copa com credenciais que nunca ostentou em outros mundiais.
A Holanda, por sua vez, fez uma campanha perfeita nas eliminatórias européias: 8 jogos, 8 vitórias, 17 gols marcados, apenas 2 gols sofridos. Seus dois principais jogadores, Sneijder e Robben, estão em grande fase. O centroavante Kuyt tem faro de gol e a zaga é muito segura. A laranja mecânica vem pra essa Copa com muita força e com chances reais de ganhar o título.

ITÁLIA e ALEMANHA
Sempre serão favoritos.
Você sabia que apenas nas edições de 1930 e de 1974 a final não teve a presença de Brasil, Itália ou Alemanha? É isso mesmo! Em todas as outras edições uma dessas três seleções chegou à final, e algumas vezes duas delas se enfrentaram no jogo decisivo, como ocorreu em 1970, 1982, 1994 e 2002. Portanto, é impossível analisar o favoritismo de seleções numa Copa do Mundo e não se lembrar da Itália e da Alemanha.
Coloco esses dois países como terceira força, atrás de Holanda e Espanha, por motivos muito fáceis de explicar. A Itália, atual campeã, não se renovou adequadamente, correndo o risco de repetir o fracasso da França em 2002, que chegou como campeã e foi eliminada na primeira fase. A Alemanha, por sua vez, perdeu às vésperas da Copa sua grande estrela, Michael Ballack. De qualquer forma, todo o cuidado com esses dois times é pouco. Um deles sempre chega.

INGLATERRA e ARGENTINA
Se Rooney e Messi jogarem...
Não há como negar: Lionel Messi e Wayne Rooney foram os melhores jogadores da última temporada européia. E é neles que as torcidas inglesa e argentina acreditam, muito mais do que nas suas seleções. Todo time campeão tem um craque que detona na Copa (a exceção foi a Itália de 2006), e ninguém chega a esse mundial com tantas expectativas de ótimo desempenho quanto esses dois. A Inglaterra ainda tem uma vantagem: o excelente técnico italiano Fábio Capello no comando. A Argentina, por sua vez, tem Maradona para atrapalhar. Mas se Messi estiver inspirado e Milito fizer gols como tem feito pela Inter de Milão, a coisa ficará feia para os adversários.

PORTUGAL e FRANÇA
Correndo por fora meeesmo!
Depois que Felipão deixou a seleção portuguesa, a coisa desandou. O excelente trabalho do técnico não teve continuidade, e Portugal chega a essa Copa dependendo muito de Cristiano Ronaldo, que é craque, mas não tanto para fazer de seu time um favorito ao título. O fato de ter caído num grupo forte, estreando contra a perigosa Costa do Marfim e decidindo a classificação contra o favoritíssimo Brasil pode fazer com que os gajos abandonem o mundial cedo demais.
A França sem Zidane não assusta ninguém. Classificou-se para a Copa por causa de um gol absolutamente ilegítimo, no apagar das luzes. Seu grupo, que conta com os donos da casa e os sempre respeitáveis uruguaios, não é dos mais fáceis, e os franceses têm que tomar muito cuidado para não repetir o fiasco de 2002.

SELEÇÕES AFRICANAS
Mais do mesmo.
A primeira Copa num país africano pode aguçar a imaginação de muitos, fazendo crer que finalmente uma seleção do continente vai chegar a uma semifinal, por exemplo. Difícil demais que isso ocorra. Quase impossível. O que veremos nessa Copa é o mesmo que já vimos nas últimas, talvez um pouco mais. Com certeza seleções como Gana, Costa do Marfim, Camarões ou Nigéria vão surpreender em algum jogo (tomara que não sejam os marfinenses, né?). Com certeza excelentes jogadores como Drogba, Essien ou Eto’o vão se destacar. Mas a rodada das quartas-de-final deve ser, mais uma vez, o limite. Os donos da casa também vão aprontar das suas, sobretudo por causa da torcida e das irritantes vuvuzelas. Mas é difícil crer que cheguem além das quartas-de-final. O roteiro dos africanos não deve mudar. Resta saber apenas quem vai ser o protagonista da vez, papel já ocupado pelos camaroneses (1990), nigerianos (1994) e senegaleses (2002).

OUTRAS SURPRESAS
Será que as teremos?
A maior surpresa da Copa tende a ser mesmo o sucesso de Espanha e Holanda, que podem conquistar pela primeira vez o título. No mais, nada de novo se desenha. Mas, se é pra analisar friamente, os números e os fatos indicam que EUA, Paraguai, Chile, Uruguai e México podem pregar peças. Os americanos vêm tendo bons resultados, como o vice-campeonato na Copa das Confederações, e apostam no entrosamento. Os chilenos vêm embalados pela excelente campanha nas eliminatórias. Os paraguaios perderam o ídolo Cabañas, mas naturalizaram o ótimo argentino Lucas Barrios para ocupar seu lugar. Os uruguaios têm a velha tradição e o excelente Forlan como armas. O México, por fim, merece respeito por ter disputado todas as últimas Copas sempre com times competitivos.

O RESTO
... é resto!
No mais, o destaque é para as seleções que chegam à Copa competindo pelo título de “saco-de-pancadas”: Honduras, Nova Zelândia e Coréia do Norte (Oba!!!).