sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Melhor assim...

Não, "baby(ies)", eu prefiro que você(s) leve(m) um pedacinho do meu coração (e não o contrário), até que não reste nada.
Descobri que é melhor não tê-lo.

domingo, 14 de junho de 2009

"Por una cabeza" (o melhor tango de Gardel)

"Basta de carreras, se acabó la timba".
Mas... Como reconhece o próprio Gardel, "pero si algún pingo, llega a ser fija el domingo, yo me juego entero. ¡Qué le voy a hacer!".
O lobo perde o pêlo, mas não perde o vício.
Um bom "apostador" pode perder tudo nos "jogos da vida", mas enquanto não perde a própria vida, se entrega nas "carreras" que aparecem à sua frente... Às vezes perde, às vezes ganha... Quase sempre "por una cabeza" apenas... É assim... Fazer o quê!?

Vamos continuar comprando...

Em uns dois meses, mais de mil livros vendidos. Em 2 anos, já na 3ª edição. Ainda vou acabar ficando convencido... rsrsrs...
Vamos continuar comprando, pessoal. Por favor!

domingo, 24 de maio de 2009

Nós, os "serizumânu", e essa nossa imperfeição...

O vídeo acima é um clipe com cenas do excelente Crash - No Limite, vencedor do Oscar de melhor filme em 2005. O vídeo fica ainda melhor por causa da bela música cantada por Leona Lewis.
Quem ainda não viu Crash tem que ir imediatamente à locadora e alugá-lo, para assistir o quanto antes. Trata-se, sem dúvida, de um dos melhores filmes que eu já vi.
O filme é uma coletânea de histórias que se interligam, na cidade Los Angeles. Temas polêmicos, como o racismo, são tratados com rara sensibilidade.
Uma vez, conversando com um amigo sobre o filme, ele disse: "Crash nos ensina que ninguém é tão bom, mas ninguém é tão mau". Eu concordei. Mais do que isso: na hora, eu até considerei o que ele disse uma síntese perfeita do filme. Mas não é. Ele estava errado, e eu também.
A grande lição que o filme traz, na minha opinião, não é essa suposta absolvição para nossos erros, para nossos desvios morais. Sim, é sempre fácil dizer: "ah, todos temos virtudes e defeitos". E assim se abre a brecha para o mau comportamento. É a universalização para os atos da vida da velha máxima política do "rouba, mas faz". E assim surgem, por exemplo, o "trai, mas respeita", o "mente, mas considera", o "engana, mas compensa".
Esse relativismo moral é uma marca indelével de nós, os "serizumânu", convictos de nossa imperfeição e completamente resignados com ela.
Não, definitivamente Crash não nos perdoa e não é complacente com essa visão de que todo mundo é bom em certas circunstâncias, mas é mau em outras. E vice-versa. Na minha modesta opinião, essa é uma leitura errada.
Crash, na verdade, é um forte tapa na cara de quem pensa assim. É um soco no estômago de quem advoga esse relativismo como algo intrínseco à moral humana.
Reconhecer as nossas fraquezas, os nossos defeitos, as nossas falhas, os nossos desvios de conduta é algo que temos de fazer não com o sentimento de resignação, de conformismo. É algo que devemos fazer com sentimento de culpa, com espírito de aprendizado e com desejo firme e sincero de mudança.
A vida pode ser muito curta e nos prega muitas peças. Ignorar os seus eventos marcantes e deixá-los passar sem tentar aprender e evoluir é um desrespeito à nossa própria existência.
Amanhã você pode estar na sua moto, voltando pra casa, tranqüilo, e um cavalo pode cruzar o seu caminho, do nada. Ter a chance de acordar no dia seguinte, ainda que seja na UTI de um hospital, pode ser apenas sorte, não é mesmo? Não! Crash me ensinou que não. Crash me ensinou que essa visão relativista das coisas é um mal em si, um mal absoluto.
Não, a vida não "morde, mas sopra". Não, a vida não fere para depois curar. A vida apenas segue seu curso, no rumo das nossas escolhas. E, como eu já disse aqui mesmo certa vez, sempre há escolhas, e sempre há uma escolha correta a ser tomada.
Você pode continuar errando, conformando-se com o seu lado bom, ou não.
E aí? Qual é a sua escolha? O que você vai fazer, "irmão"?

sábado, 16 de maio de 2009

Se você não é capaz de fazer uma coisa, não se envolva numa situação que exigirá essa atitude de você.

Nesse período em que estou de repouso, por causa do acidente, aproveito para ver um filme por dia. Está sendo uma boa oportunidade para assistir aos filmes da Cinemateca Veja, que adquiri recentemente. Um dos filmes a que assisti foi "Los Angeles, cidade proibida", sem dúvida o melhor filme policial que eu já vi.
Várias coisas podem ser destacadas no filme, sobretudo a atuação espetacular de Russell Crowe como o truculento policial Bud White.
Mas o que mais me marcou no filme foi a cena em que o chefão da polícia de L.A. se dirige ao novato e acadêmico Edmund (Guy Pearce) e dispara: "você torturaria um bandido para arrancar-lhe a confissão?" Edmund prontamente responde "não!". Outras perguntas do mesmo nível se repetem, e a resposta continua sendo um sonoro "não". O chefão conclui: "então não se meta a ser detetive da polícia de L.A.".
No final das contas, o cerebral Edmund Exley até se dá bem como detetive policial, mas não sem antes cometer algumas das barbaridades que jurou jamais fazer.
Isso, portanto, deixa claro o valor da lição de moral que aquela cena do filme traz: se você não se sente capaz de fazer algo, não entre numa situação que vai lhe exigir esse algo. Senão, amigo, você vai viver a vida cometendo os mesmos erros.
(LEIA O POST ABAIXO)

sexta-feira, 15 de maio de 2009

A estupidez do pensamento politicamente correto.

O vídeo acima é uma apresentação de um humorista do grupo "DEZnecessários". O humorista, que é negro, zomba da forma politicamente correta de se referir a um negro. Segundo os manuais do politicamente correto, deve-se chamar o negro de afrodescendente. Assistam. É muito engraçado.
A questão, da forma como tratada pelo humorista no vídeo acima, dá ensejo a muitas risadas, mas ela, no fundo, é algo muito sério. O avanço do pensamento politicamente correto no Brasil ainda vai causar graves problemas.
Num post antigo, eu mencionei o caso de uma promotora de SP que está exigindo cotas para modelos "afrodescendentes" nos desfiles do São Paulo Fashion Week. É algo surreal.
Mas se vocês acham que isso é pouco, ou que se trata de um caso isolado, estão muito enganados. Leiam o projeto do Estatuto da Igualdade Racial, prestes a ser aprovado no Senado. É estarrecedor.
As minorias militantes e organizadas vão conseguir um dia transformar o Brasil num país racialista e verdadeiramente preconceituoso. E a 'maioria', abstrata e pulverizada, não existirá mais. Cada um que trate de ingressar num grupo para fazer jus aos seus respectivos direitos em nome de uma igualdade utópica.
E mais: imaginem se o humorista do vídeo acima não fosse negro?
P.S.: o absurdo é tanto que essa semana, numa sessão do Congresso que discutia o tal estatuto, um senador negro se irritou com um assessor que fornecia dados para um senador contra o projeto. Sabem por quê? Porque o assessor é negro. O senador achou que, por ser negro, ele devia ser necessariamente um militante da sua 'minoria'. Precisa dizer algo mais?

segunda-feira, 27 de abril de 2009

"Arte para toda parte", e dinheiro para todo lado.

Quantas vezes eu já falei aqui da relação promíscua entre a classe artística brasileira e o poder público? Algumas, não é verdade? Pois é, hoje sou obrigado a voltar ao tema.
Todos os que me lêem - ou seja, ninguém, hehehe - sabem o que penso sobre essas leis de incentivo à cultura. Quer ser artista, meu amigo? Quer fazer como Lulu Santos diz naquela música, "vender sonhos, ilusões e romances"? Então seja bom o suficiente para lotar a arquibancada do teatro, da sala do cinema ou da pista do show. Não consegue? Ora, então vá trabalhar em outro ramo! Não venha pedir que o Estado financie sua incompetência.
Hoje de manhã eu deparei com um artigo na Folha de São Paulo assinado pelos artistas Beth Carvalho, Lula Queiroga e Ivaldo Bertazzo. Assim que li o título - "Arte para toda parte" - percebi que estavam querendo meter a mão no nosso bolso. Leiam:
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As artes são o oxigênio da cultura de um país. No caso do Brasil, refletem a grande diversidade de nosso povo. Refletem as vivências no campo, nas metrópoles, nos periferias, na floresta, na caatinga, no cerrado e no pantanal. São também um de nossos principais produtos de exportação e, com o futebol, o que nos identifica em todo o mundo como um povo original e único.
Um patrimônio dessa qualidade precisa de um incentivo econômico à altura de sua importância. Precisa também estar na ordem do dia do debate público nacional e das definições estratégicas de nosso país. E deve ser visto como um elemento vital para nosso desenvolvimento como nação num mundo em que a produção simbólica e de conteúdo ganha importância econômica. Principalmente em um momento de crise financeira como o que vivemos agora -em que a produção cultural pode ser um dos elementos para alavancar o crescimento do país.
Uma política de Estado para as artes deve levar em conta tudo isso e, mais, garantir a valorização dos nossos artistas consagrados ao mesmo tempo em que amplia as oportunidades para quem está começando. Nas periferias, nos centros urbanos e também no interior, em todos os cantos do Brasil surgem a cada dia novos talentos. E que, muitas vezes, não têm acesso aos recursos públicos de incentivo à cultura. Para dar oportunidade a todos esses artistas, chegou a hora de atualizar a Lei Rouanet. Precisamos de um instrumento legal que permita novas formas de fomento para a cultura, especialmente para as artes, que permitam uma gama maior de recursos para o setor.
A renúncia fiscal é um mecanismo importante, mas nitidamente insuficiente para dar conta da quantidade e diversidade de demandas culturais de nossos músicos, produtores, artesãos, dançarinos, atores, diretores, artistas circenses e de tantas formas de expressão de nossa diversidade de sermos brasileiros.
Em todo o país, o enorme volume de projetos aprovados no Ministério da Cultura e que não conseguem captar recursos é uma prova viva dessa insuficiência. É necessário, portanto, oferecer novas oportunidades de financiamento para todos os tipos de artista.
A proposta do governo federal para a reformulação da Lei Rouanet está aberta para consulta pública, numa grande e inédita convocação ao debate democrático.
O acesso aos recursos públicos precisa ser qualificado a partir de critérios de avaliação transparentes, específicos para cada setor e região de atividade cultural. Discutir esses critérios à luz do dia, como estão propondo o ministro Juca Ferreira e sua equipe em todas as suas aparições públicas, é um expediente democrático da maior importância para a saúde da República. E nós, artistas, estamos e continuaremos participando disso.
Outro avanço é a criação do Fundo Setorial das Artes, que deve fortalecer o financiamento de projetos de diferentes áreas, como música, dança, artes visuais, teatro e circo.
Assim como vem sendo feito pelo Fundo Setorial do Audiovisual. Mas esperamos que os projetos sejam avaliados por nós próprios, artistas, produtores e especialistas com vivência específica de cada linguagem artística.
Consideramos necessário, também, fortalecer o orçamento público da cultura no Brasil. Oxalá o Congresso Nacional seja sensível a essa necessidade e aprove a proposta de emenda constitucional 150, que exige dos governos federal, estaduais e municipais um mínimo de investimento em cultura.
A cultura sempre fez parte do dia a dia de todo cidadão brasileiro e vem ganhando cada vez mais peso na economia do país. Chegou finalmente a hora de colocá-la no centro do debate político e da discussão sobre qual país queremos construir. E essa conquista é uma missão de todos nós: artistas, público, produtores, trabalhadores da cultura, governo e patrocinadores.
A discussão da nova lei de fomento à cultura é a consagração desse esforço. Esperamos que a sua aprovação pelo Congresso Nacional também o seja.
BETH CARVALHO , 62, é cantora.
IVALDO BERTAZZO , 58, é coreógrafo e diretor.
LULA QUEIROGA , 48, é compositor e cantor.
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Estão vendo? Renúncia fiscal, para eles, é pouco. A lei atual, para eles, não é suficiente. Os parasitas do Estado querem mais. Além de agüentar os péssimos "artistas" brasileiros, em todas as áreas da "cultura" nacional, ainda temos que pagar pra eles.
Ora, se é pra pagar, eu prefiro pagar pra eles ficarem em casa!

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Saiu a 3ª edição do meu livro!

Já está à venda o livro CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL, de minha autoria, publicado pela editora Jus Podivm.
Comprem.
Divulguem.
Segue o link do site da editora, que está com um excelente na pré-venda: http://www.editorajuspodivm.com.br/compras/curdiemp.html.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

"Ainda há juízes em Berlim".

Não conhece a frase usada no título do post? Pesquise no google (hehehe). Brincadeirinha. Eu explico. Ela é muito famosa.
A frase, em si, é de autoria de um escritor chamado François Andrieux, e consta do conto intitulado "O Moleiro de Sans-Souci". A história é mais ou menos a seguinte: no ano de 1745, Frederico II, Rei da Prússia, "déspota esclarecido", percebeu que um velho moinho, vizinho ao seu castelo, atrapalhava sua visão, e prontamente mandou destruí-lo. O proprietário do moinho recusou-se a cumprir a arbitrária ordem do Rei, que então o procurou e disse a famosa frase: "você sabe quem eu sou? Eu sou o Rei e posso, com minha autoridade, confiscar sua propriedade". O moleiro retrucou: "Vossa Alteza, ainda há juízes em Berlim". O moleiro acreditava na Justiça e esperava que ela, ao julgar, fosse imparcial.
Por que eu lembro dessa história agora? Por causa dessa notícia abaixo, que eu li no blog do Reinaldo Azevedo, na Veja.com:
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TST decide que Embraer não tem de pagar dias a mais a demitidos
Port Gustavo Hannemann, na Folha:
O TST (Tribunal Superior do Trabalho) suspendeu ontem a decisão do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 15ª Região, em Campinas, que determinava a extensão do contrato de trabalho de 4.200 funcionários que haviam sido demitidos pela Embraer em 19 de fevereiro deste ano. A decisão que foi suspensa mantinha as demissões, mas previa o pagamento de salário até o dia 13 de março aos demitidos pela fabricante de aviões, como forma de compensação pela perda do emprego. O despacho de ontem, do presidente do TST, Milton de Moura França, acatou provisoriamente o recurso apresentado pela Embraer e livra a empresa de pagar os dias a mais de trabalho até o julgamento final a ser realizado pelo TST. Quando determinou a extensão do contrato de trabalho, o TRT de Campinas considerou que as demissões violavam a legislação que protege o trabalhador de dispensas arbitrárias e que a empresa deveria ter negociado com os sindicatos que representam os trabalhadores antes de demiti-los. O presidente do TST contesta os dois argumentos no despacho, dizendo que a legislação trabalhista não garante a estabilidade do emprego e que não existe norma que obrigue as empresas a negociarem demissões com sindicatos. França diz ainda que as demissões ocorreram durante um período de comprovada dificuldade financeira da empresa e que a Embraer pagou as indenizações e os direitos trabalhistas devidos aos demitidos.
Assinante lê mais
aqui
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Estão vendo? Parece que, assim como havia juízes em Berlim, também há juízes no Brasil. Eu já havia criticado a decisão do TRT de Campinas num post antigo. Em conversas com amigos, fui duramente criticado. Está aí. Parece que eu estava certo.

Que nojo!

Eu não conheço a realidade dos outros países, mas eu duvido que em qualquer outro lugar do mundo a relação entre a classe "artística" (a palavra vai assim, entre aspas, porque a noção de artista no Brasil é muito larga, né? Qualquer celebridade instantânea vira artista por aqui...) e o poder político seja tão promíscua como em nosso país.
A classe "artística" é um parasita do Estado, sempre pedindo aquela ajudinha amiga pra fazer um filme, pra montar uma peça, pra pôr uma turnê na estrada. Afinal, essa coisa de capitalismo é só pra empresários, não é mesmo?
No Nordeste, os anos de eleições são a verdadeira época das vacas gordas para as bandas de forró, pagode etc. Mas não é só isso: aniversário da cidade? Festa típica? Tudo é motivo pra dispensar licitação e torrar o "din din" do povo com os "artchistas" do momento. E o povo, coitado, ainda agradece.
E as famigeradas leis de incentivo à cultura? A esquerdopatia já conseguiu até fazer com que o assunto seja "intocável". Critique essas leis pra você ver o que é bom pra tosse! Mas, se você parar pra pensar direitinho, elas são um absurdo total! Quer ser "artchista"? Ótimo. Então se preocupe em ser bom e faça algo que as pessoas gostem. Se você não consegue encher uma sala de teatro, paciência! Vá fazer outra coisa.
Pois é. Mas esse post é pra falar de algo muito mais absurdo, que demonstra ainda mais o nível de promiscudiade entre a classe "artística" brasileira e o poder político. Vejam o que noticiou a Folha de São Paulo:
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O deputado Fabio Faria (PMN-RN) confirmou que parte da sua cota de passagens aéreas da Câmara foi usada pela apresentadora Adriane Galisteu, sua ex-namorada. Por meio de sua assessoria, Faria disse que Adriane era sua "companheira" quando as passagens foram usadas.Ele admitiu que sua cota de passagens da Câmara foi utilizada pelos atores Kayky Brito, Sthefany Brito e Samara Felippo, que participaram do carnaval fora de época em Natal, em dezembro de 2007. Eles foram convidados para o camarote que o deputado organizou para o evento.
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Viram? Os "artistas" globais, com certeza endinheirados, viajaram para se divertir às nossas custas. Lá, com certeza, ainda ganharam cachê para mostrarem a cara (e a bunda também, no caso das mulheres) nos camarotes.
Dá nojo, de verdade!

quarta-feira, 1 de abril de 2009

O capitalismo.

Quem lê esse blog, ou seja, ninguém (hehehe), sabe que eu só costumo postar textos meus, ainda que eles venham acompanhados de uma matéria jornalística etc.
Mas hoje eu recebi um e-mail muito engraçado, e resolvi colocá-lo aqui.
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CAPITALISMO IDEAL
Você tem duas vacas. Vende uma e compra um touro. Eles se multiplicam, e a economia cresce. Você vende o rebanho e aposenta-se... Rico!
CAPITALISMO AMERICANO
Você tem duas vacas. Vende uma e força a outra a produzir leite de quatro vacas. Fica surpreso quando ela morre.
CAPITALISMO FRANCÊS
Você tem duas vacas.
Entra em greve porque quer três.
CAPITALISMO CANADENSE
Você tem duas vacas. Usa o modelo do capitalismo americano. As vacas morrem. Você acusa o protecionismo brasileiro e adota medidas protecionistas para ter as três vacas do capitalismo francês.
CAPITALISMO JAPONÊS
Você tem duas vacas, né? Redesenha-as para que tenham um décimo do tamanho de uma vaca normal e produzam 20 vezes mais leite. Depois cria desenhos de vacas chamados Vaquimon e os vende para o mundo inteiro.
CAPITALISMO ITALIANO
Você tem duas vacas. Uma delas é sua mãe, a outra é sua sogra, maledetto!!!
CAPITALISMO BRITÂNICO
Você tem duas vacas. As duas são loucas.
CAPITALISMO HOLANDÊS
Você tem duas vacas. Elas vivem juntas, não gostam de touros e tudo bem.
CAPITALISMO ALEMÃO
Você tem duas vacas. Elas produzem leite pontual e regularmente, segundo padrões de quantidade, horário estudado, elaborado e previamente estabelecido, de forma precisa e lucrativa. Mas o que você queria mesmo era criar porcos.
CAPITALISMO RUSSO
Você tem duas vacas. Conta-as e vê que tem cinco. Conta de novo e vê que tem 42. Conta de novo e vê que tem 12 vacas. Você pára de contar e abre outra garrafa de vodca.
CAPITALISMO SUÍÇO
Você tem 500 vacas, mas nenhuma é sua. Você cobra para guardar a vaca dos outros.
CAPITALISMO ESPANHOL
Você tem muito orgulho de ter duas vacas.
CAPITALISMO PORTUGUÊS
Você tem duas vacas... E reclama porque seu rebanho não cresce...
CAPITALISMO CHINÊS
Você tem duas vacas e 300 pessoas tirando leite delas. Você se gaba muito de ter pleno emprego e uma alta produtividade. E prende o ativista que divulgou os números.
CAPITALISMO HINDU
Você tem duas vacas. Ai, de quem tocar nelas.
CAPITALISMO ARGENTINO
Você tem duas vacas. Você se esforça para ensinar as vacas a mugirem em inglês... As vacas morrem. Você entrega a carne delas para o churrasco de fim de ano ao FMI.
CAPITALISMO BRASILEIRO
Você tem duas vacas. Uma delas é roubada. O governo cria a CCPV - Contribuição Compulsória pela posse de Vaca. Um fiscal vem e lhe autua, porque embora você tenha recolhido corretamente a CCPV, o valor era pelo número de vacas presumidas e não pelo de vacas reais. A Receita Federal, por meio de dados também presumidos do seu consumo de leite, queijo, sapatos de couro, botões, presume que você tenha 200 vacas e, para se livrar da encrenca, você dá a vaca restante para o fiscal deixar por isso mesmo...

"SOCIAL": a expressão da moda.

Na faculdade de Direito, eu aprendi que a propriedade privada é protegida pela nossa Constituição, mas desde que atenda a sua função social. Depois, aprendi que o princípio da autonomia da vontade assegurava às partes a liberdade contratual, mas desde que o contrato atinja sua função social. Mais tarde, aprendi que a nossa Constituição estabelece como princípios da ordem econômica a livre-iniciativa e a livre-concorrência, desde que se atendam os ditames da justiça social. E a cada nova disciplina estudada vinha mais um "social" para a conta.
Não há como fugir: a moda do "social" pegou. As empresas têm que atuar com responsabilidade social, a classe média se policia para demonstrar consciência social, o estado tem que atender as demandas dos movimentos sociais.
Mas o que vem a ser esse "social"? O que significa essa palavra mágica, que parece qualificar qualquer expressão que venha junto a ela? Mais ainda: certas palavras parecem ter perdido o sentido quando usadas isoladamente.
Fazer apenas justiça? Nunca! É preciso fazer justiça social.
Agir com reponsabilidade? Não basta! Temos que agir com responsabilidade social.
A moda pegou de um jeito que nos últimos dias dois Procuradores da República, que estão atuando em casos de grande repercussão (operação Narciso, que prendeu os donos da Daslu, e operação Castelo de Areia, que prendeu os diretores da Camargo Corrêa), bateram na tecla do "social" com força. O procurador da operação Narciso disse que a justiça prender ricos é sinal de que está cumprindo sua função social. A procuradora da operação Castelo de Areia afirmou que agiu em cumprimento de sua função social.
A luta de classes que Lula usou na sua campanha pela reeleição, de ricos contra pobres, está de volta. Fazer justiça social, para certas pessoas, é prender ricos e condescender com os crimes dos oprimidos pelo sistema. Sem dúvidas, vivemos uma quadra complicada.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Abaixo os caras-pálidas?

No meio jurídico, são muito comuns os boatos sobre esse ou aquele procurador, sobre esse ou aquele juiz etc. Um determinado advogado não gostou de uma decisão de um magistrado, e então passa a esculhambá-lo perante seus colegas, em qualquer roda de conversa que se forme: "Aquele ali é um ladrão safado! Meu direito era bom, mas ele nem leu o meu recurso! Deve ter recebido um toco da outra parte". E assim o boato vai-se espalhando.
O mesmo ocorre com os Desembargadores e com os Ministros dos Tribunais Superiores. Basta um certo advogado perder uma causa que considerava ganha... Pronto! O julgador é desonesto, é corrupto, é safado. O julgamento é sumário, sem direito de defesa.
O Ministro Marco Aurélio é uma vítima dessa indústria de julgamentos idiotas. É um dos mais antigos Ministros do Supremo Tribunal Federal e, com certeza absoluta, um dos mais preparados e dedicados Ministros que a nossa Corte Maior já teve. Duvida de mim? Então acompanhe os julgamentos do Plenário, que são transmitidos pela TV Justiça. Você verá que ele conhece a jurisprudência do STF como nenhum outro Ministro, presta atenção em todos os votos dos seus colegas (enquanto outros dormem, conversam, levantam...), faz sempre as observações mais pertinentes e, quando é o relator, prepara votos extensos e muito bem fundamentados.
Ora, você deve esntão estar se perguntando: por que ele é uma vítima da indústria de julgamentos idiotas? E a resposta é simples: porque Marco Aurélio quase sempre vai contra a corrente, contra o consenso fácil que se forma nos mais variados temas polêmicos que são discutidos nos casos julgados pelo Supremo. E não são poucos os casos. Marco Aurélio quase sempre é voto vencido. Mas seus argumentos quase nunca são rebatidos. Ele perde porque a maioria o esmaga. Ele até publicou um livro com uma compilação de seus votos, cujo título foi perfeito: "Vencedores e vencidos".
Por que falo disso neste post? Porque ontem Marco Aurélio passou mais de 7 horas lendo seu voto de mais de 100 páginas no julgamento do caso da demarcação de terra indígena "Raposa Serra do Sol". O voto é excelente! Ele escancara uma série de irregularidades no procedimento de demarcação (não foram ouvidas todas as comunidades indígenas nem o Conselho de Defesa Nacional, como manda a nossa Constituição), alerta para a ausência de razoabilidade do procedimento (19 mil índios numa terra equivalente a 12 vezes a cidade de São Paulo) e destaca a necessidade de reconhecer situações consolidadas no tempo (os índios estão aculturados e pessoas têm títulos de propriedade reconhecidos pelo INCRA e por decisão do próprio STF). A cara de alguns Ministros, durante a leitura de certos trechos do voto, era de espanto. Deviam estar pensando: "Meu Deus, eu quis ser apenas politicamente correto, mas olha a bobagem que eu estou fazendo".
Esse voto do Ministro Marco Aurélio, assim como muitos outros que ele já proferiu (leiam o livro "Vencedores e vencidos"), merece ser lido e relido. O pensamento de manada, politicamente correto, que adere ao consenso fácil, chegou ao Supremo Tribunal Federal. Como seria bom se todos os membros daquela Corte tivessem o preparo e a dedicação do Ministro Marco Aurélio. E também a sua coragem.

quarta-feira, 4 de março de 2009

A Folha erra e acerta.

Todos devem ter ouvido falar ou lido algo a respeito do editorial da Folha de São Paulo que chamou a ditadura brasileira de "ditabranda". O termo não é novo, a Folha apenas o aproveitou no editorial. De qualquer forma, foi um erro. Mas qualquer leitor com um mínimo de inteligência e capacidade de interpretação perceberia que o editorial queria apenas demonstrar que, em comparação a outros regimes autoritários da América Latina, a ditadura militar brasileira matou menos, por exemplo (bem menos!). Isso, todavia, não torna a nossa ditadura branda, porque qualquer ditadura é perversa: além de matar, ela acaba com as liberdades individuais e instaura o medo e a insegurança. Definitivamente, o uso do termo não foi adequado.
Mas a reação de algumas pessoas foi mais equivocada ainda, sobretudo porque oportunista e sem nenhuma sinceridade. Foram os casos de Fábio Konder Comparato (semrpe ele!) e de uma professora petista da USP, Maria Victoria Benevides, que atacaram veementemente o jornal, exigiram retratação etc.
Aí veio o grande acerto da Folha, em sua resposta curta e grossa: “A Folha respeita a opinião de leitores que discordam da qualificação aplicada em editorial ao regime militar brasileiro e publica algumas dessas manifestações acima. Quanto aos professores Comparato e Benevides, figuras públicas que até hoje não expressaram repúdio a ditaduras de esquerda, como aquela ainda vigente em Cuba, sua ‘indignação’ é obviamente cínica e mentirosa”.
Perfeito!

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Será?

A reportagem que o vídeo mostra é emocionante. Feita em 2007, quando a fábrica da Gurgel foi vendida, ela mostra um pouco da trajetória do gênio brasileiro que realizou o sonho de construir uma indústria automobilística nacional. Há depoimentos de parentes e informações sobre a saúde de Gurgel (infelizmente, ele passou os últimos anos incomunicável, em razão da sua doença, e nem soube o destino triste que teve sua fábrica).
No final, o âncora Carlos Nascimento diz: "ele fez um pedaço; um dia alguém fará o restante".
Será? Eu tenho minhas dúvidas. O surgimento de um gênio como Gurgel é coisa que só acontece uma vez na história.

Jornal Nacional de 31/01/09: notícia sobre o falecimento do gênio brasileiro GURGEL.

Realmente, ele não era apenas um sonhador. Era um gênio que pôs em prática muitas de suas invenções.
Vejam no vídeo o carro elétrico que podia ser carregado na tomada da sua casa. Vejam também o carro desmontável.
Incrível como esse gênio possa ser um desconhecido para grande parte da população.

"Fugi pelo desejo de ser livre!"

Acabei de assistir ao programa Esporte Espetacular, da rede Globo. Na última matéria do programa, uma surpresa. Contaram a história de Roberto Perez Ondarse, ex-atleta cubano, que fugiu do regime do ditador assassino Fidel Castro em 1963, durante as Olimpíadas Universitárias, a conhecida Universíade.
Perez Ondarse era jogador de basquete. Anos antes, em Cuba, conhecera Maria Lúcia Caldeira, conhecida como Marilu, atleta brasileira da equipe de vôlei. Com medo do regime comunista que se instalara na ilha, Ondarse combinou, por cartas, sua fuga. Sabendo que a Universíade ocorreria em Porto Alegre, deixou tudo armado para fugir durante a competição.
O problema é que no início da matéria a chamada foi assim: "fuga por amor". Parecia que o atleta tinha fugido da ilha de Fidel simplesmente porque havia se apaixonado po Marilu. Hummm... Será? No decorrer da reportagem todavia, a verdade aparece. Num determinado momento, emocionado, Ondarse afirma: "estava deixando a minha família e deixando o meu país PELO DESEJO DE SER LIVRE". Claro que sua história de amor com Marilu foi verdadeira, tanto que estão juntos até hoje, mas as palavras do ex-atleta deixam claro que a razão principal de sua fuga foi o desejo de não viver num país dominado por uma ditadura comunista, ditadura essa que perdura até hoje e já acumula milhares de mortes e violações aos direitos humanos.
Na mesma matéria, houve ainda tempo para Perez Ondarse destacar que ajudou Rafael Capote a fazer o mesmo que ele: Capote fugiu do regime castrista no Pan de 2007, no Rio de Janeiro. Ondarse lhe deu apoio, mesmo sem conhecê-lo, e disse que Capote, que hoje joga profissionalmente na Itália, o chama de padrinho em gratidão pela ajuda prestada.
Por fim, mais uma declaração surpreendente: Ondarse revelou que tentou ajudar os boxeadores cubanos Erislandy Lara e Guillermo Rigondeaux, chegando a ir à polícia federal e ao hotel onde eles supostamente estariam, segundo informações da própria polícia. Não conseguiu nenhum contato com os jovens atletas e afirmou, olhando para a câmera com cara de raiva: "mentira". Ele se referia a todas as informações que a polícia federal deu sobre o episódio na época. Afirmou ainda ter certeza de que os boxeadores não queriam voltar para Cuba.
Enfim, o que parecia ser uma matéria bobinha do Esporte Espetacular sobre dois atletas apaixonados acabou se mostrando um furo de reportagem sobre um dos eventos mais nebulosos do governo lulo-petista.
É claro que os boxeadores não queriam voltar para Cuba, tanto que um deles fugiu de novo e hoje é boxeador profissional.
O que fica da matéria é a seguinte mensagem: há 50 anos o regime do ditador assassino Fidel Castro retira a liberdade do seu povo, e o governo brasileiro, que se gaba da tradição nacional em concessão de asilo e refúgio a perseguidos políticos, compactuou com esse regime num episódio deprimente para a nossa diplomacia. A mando de Tarso Genro, a polícia federal caçou dois jovens que queriam apenas liberdade, tratou-os como bandidos e os devolveu a Cuba, mesmo sabendo que lá eles e suas famílias corriam sérios riscos de sofrer represálias.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

GURGEL, o Barão de Mauá do século XX.

A frase acima não é uma criação minha. Quem disse isso foi Lélis Caldeira, jornalista que escreveu a biografia do gênio brasileiro João Augusto Conrado do Amaral Gurgel, esse senhor aí da foto.
Para quem não sabe, o Barão de Mauá foi o maior empreendedor da História do Brasil. Portanto, comparação deixa clara a importância que Gurgel teve para o nosso país.
Vejam o que o autor da biografia disse, em entrevista ao site Terra.
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Biógrafo compara Amaral Gurgel a Barão de Mauá
Vagner Magalhães (Direto de São Paulo)
Autor da biografia do empresário João Augusto Conrado do Amaral Gurgel, que morreu nesta sexta-feira em São Paulo, o jornalista Lélis Caldeira, 31 anos, considera o industrial uma espécie de "Barão de Mauá" da indústria automobilística nacional. Caldeira diz que assim como Mauá empreendeu a construção da primeira ferrovia brasileira, Gurgel trabalhou pelo sonho de construir um carro nacional.
"O Gurgel era um cara genial, muito à frente do seu tempo. Uma espécie de professor Pardal", diz, se referindo ao inventor popularizado pelos quadrinhos dos estúdios Walt Disney.
Caldeira considera que os principais projetos de Gurgel acabaram vingando posteriormente, como os carros com 1.000 cilindradadas e o sucesso dos utilitários que surgiram a partir do Carajás, lançado em 1984.
"O Gurgel pode ser até questionado pelo ponto de vista administrativo, mas na engenharia ele era insuperável", diz.
Caldeira diz que após o envolvimento com o projeto do livro adquiriu um Gurgel BR-800 que ele mantém até hoje como veículo de uso diário.
"É um veículo que faz 20 km com um litro de gasolina e não quebra. Hoje, no mercado, pode ser comprado por cerca de R$ 3,5 mil. O custo benefício ainda é muito bom".
O escritor diz que se interessou pela história de Caldeira depois de ler uma matéria sobre o primeiro leilão da fábrica da Gurgel em São Carlos, no interior de São Paulo, em 1991.
A partir daí, passou a pesquisar em sebos, revistas de veículos que publicaram matérias sobre aempresa e se aproximou da família de Gurgel.
"Nas vezes que eu o encontrei, ele já estava doente, mas tinha picos de lucidez. Eu usei as conversas como base para as minhas pesquisas", diz. "Ele era uma pessoa muito bem-humorada".
Uma das histórias que Caldeira conta sobre Gurgel é a da sua formatura na Escola Politécnica de São Paulo, quando foi pedido a ele um projeto de um guindaste.
"No lugar do guindaste, ele apresentou um pequeno veículo. Mas como o pedido tinha sido um guindaste, ele teve de refazer o projeto. E ainda teve de ouvir de seu professor: 'carro não se faz, se compra' ".
A biografia "Gurgel, um sonho forjado em fibra", levou dois anos para ser escrita e foi lançada na Bienal do Livro de São Paulo, no ano passado, pela editora Labor.

Você não conhece a história do gênio GURGEL?

Para quem não conhece a história do engenheiro e empresário João Augusto Conrado do Amaral Gurgel, um dos mais obstinados e geniais empreendedores que o Brasil conheceu, segue abaixo o que diz o wikipedia sobre ele.
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Biografia
Sonhando com o carro nacional
Desde sua juventude, sonhava em fazer um carro brasileiro, tanto que em sua formatura da Escola Politécnica de São Paulo, apresentou um pequeno veículo de dois cilindros, batizado Tião. Como projeto pedido foi um guindaste, quase é reprovado. Ouviu então de seu professor: "Carro não se fabrica, Gurgel, se compra ".
Pós-graduado nos EUA, trabalhou na Buick Motor Corporation e na General Motors Truck and Coach Corporation.
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O empresário
Em 1958, criou a Moplast Moldagem de Plásticos e começou a desenvolver projetos próprios, tornando-se fornecedor de luminosos para diversas empresas brasileiras.
Com o sonho em mente, fundou em 1969 na cidade de Rio Claro a Gurgel Motores S/A: a indústria mais brasileira de todos os tempos.
Sua carreira foi marcada pela busca do desenvolvimento de tecnologias automotivas nacionais, utilizando capital igualmente nacional. Característica marcante nos veículos fabricados por sua empresa eram as suas carrocerias de fibra de vidro.
A partir de 1972 passou a dedicar-se à produção de veículos especiais. Após 1975 começaram a ser produzidos os primeiros veículos utilitários tipo fora de estrada da marca Gurgel, marca que em 1981 lançou o primeiro veículo elétrico da América Latina, o Itaipu E-500. Idealizador do primeiro e até hoje, único carro genuinamente brasileiro: o BR-800.
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Polêmicas e o fim do sonho
Era contrário ao uso do álcool de cana-de-açúcar como combustível. Ainda assim, produziu alguns (poucos) carros com motor a álcool. Na grande maioria os veículos da sua marca eram movidos a gasolina. Segundo ele a terra deve produzir alimentos e não combustíveis.
Infelizmente, a Gurgel acabou fechando as portas no final de 1994, por questões financeiras e derrotada pelas grandes multinacionais.
Em abril de 2004, o empresário Paulo Emílio Freire Lemos adquiriu a marca Gurgel. O registro desta encontrava-se expirado no INPI desde 2003. Para tornar-se seu proprietário desembolsou o valor de R$ 850,00. A família Gurgel não foi consultada e por isso decidiu mover uma ação judicial contra o empresário.
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Morte
Sofrendo do mal de Alzheimer havia oito anos, João Gurgel morreu no dia 30 de janeiro de 2009, aos 82 anos, no Hospital São Luís, na Zona Sul de São Paulo.
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Bibliografia
CALDEIRA, Lelis. Gurgel: um sonho forjado em fibra. São Paulo: Editora Labortexto, 2004. ISBN 8587917161
CALDEIRA, Lelis. Gurgel: um brasileiro de fibra. São Paulo: Editora Alaúde, 2008. ISBN 8598497940

Morreu João Augusto Conrado do Amaral GURGEL, um gênio brasileiro injustiçado pelo nosso atraso!

No dia 31/01/2009, o engenheiro e empresário brasileiro João Augusto Conrado do Amaral Gurgel morreu vítima do mal da Alzheimer, aos 82 anos.
Não sei se todos concordam comigo, mas eu acho que o fato não foi noticiado com o devido destaque pela grande mídia. Digo isso porque, na minha modesta opinião, Gurgel foi um gênio brasileiro, um visionário, uma pessoa muito à frente do seu tempo.
Montou, ainda na década de 60, uma indústria automobilística genuinamente nacional e desenvolveu, dentre os modelos que produziu, um carro totalmente nacional, o BR-800.
No entanto, o nosso "capitalismo de Estado" - que adora patrocinar os "artchixtas", os "intelequituais", os "atreta" -, quando Gurgel mais precisou (e ele queria apenas um financiamento), virou-lhe as costas.
Sem conseguir competir com as grandes montadoras multinacionais, o sonho do gênio Gurgel acabou em 1994.
É assim que o Brasil trata seus gênios do empreendedorismo.
Eu acho que eu já disse isso aqui neste blog, quando comentei a morte da grande mulher que foi Ruth Cardoso, mas não custa repetir: pessoas como Gurgel morrem, e nós vamos ficando piores, vamos nos tornando cada vez mais burros.
A morte de Gurgel representa uma perda imensurável para o Brasil, mas parece que ninguém sequer percebeu. Meu Deus, como somos idiotas!