terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

GURGEL, o Barão de Mauá do século XX.

A frase acima não é uma criação minha. Quem disse isso foi Lélis Caldeira, jornalista que escreveu a biografia do gênio brasileiro João Augusto Conrado do Amaral Gurgel, esse senhor aí da foto.
Para quem não sabe, o Barão de Mauá foi o maior empreendedor da História do Brasil. Portanto, comparação deixa clara a importância que Gurgel teve para o nosso país.
Vejam o que o autor da biografia disse, em entrevista ao site Terra.
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Biógrafo compara Amaral Gurgel a Barão de Mauá
Vagner Magalhães (Direto de São Paulo)
Autor da biografia do empresário João Augusto Conrado do Amaral Gurgel, que morreu nesta sexta-feira em São Paulo, o jornalista Lélis Caldeira, 31 anos, considera o industrial uma espécie de "Barão de Mauá" da indústria automobilística nacional. Caldeira diz que assim como Mauá empreendeu a construção da primeira ferrovia brasileira, Gurgel trabalhou pelo sonho de construir um carro nacional.
"O Gurgel era um cara genial, muito à frente do seu tempo. Uma espécie de professor Pardal", diz, se referindo ao inventor popularizado pelos quadrinhos dos estúdios Walt Disney.
Caldeira considera que os principais projetos de Gurgel acabaram vingando posteriormente, como os carros com 1.000 cilindradadas e o sucesso dos utilitários que surgiram a partir do Carajás, lançado em 1984.
"O Gurgel pode ser até questionado pelo ponto de vista administrativo, mas na engenharia ele era insuperável", diz.
Caldeira diz que após o envolvimento com o projeto do livro adquiriu um Gurgel BR-800 que ele mantém até hoje como veículo de uso diário.
"É um veículo que faz 20 km com um litro de gasolina e não quebra. Hoje, no mercado, pode ser comprado por cerca de R$ 3,5 mil. O custo benefício ainda é muito bom".
O escritor diz que se interessou pela história de Caldeira depois de ler uma matéria sobre o primeiro leilão da fábrica da Gurgel em São Carlos, no interior de São Paulo, em 1991.
A partir daí, passou a pesquisar em sebos, revistas de veículos que publicaram matérias sobre aempresa e se aproximou da família de Gurgel.
"Nas vezes que eu o encontrei, ele já estava doente, mas tinha picos de lucidez. Eu usei as conversas como base para as minhas pesquisas", diz. "Ele era uma pessoa muito bem-humorada".
Uma das histórias que Caldeira conta sobre Gurgel é a da sua formatura na Escola Politécnica de São Paulo, quando foi pedido a ele um projeto de um guindaste.
"No lugar do guindaste, ele apresentou um pequeno veículo. Mas como o pedido tinha sido um guindaste, ele teve de refazer o projeto. E ainda teve de ouvir de seu professor: 'carro não se faz, se compra' ".
A biografia "Gurgel, um sonho forjado em fibra", levou dois anos para ser escrita e foi lançada na Bienal do Livro de São Paulo, no ano passado, pela editora Labor.

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