Não, "baby(ies)", eu prefiro que você(s) leve(m) um pedacinho do meu coração (e não o contrário), até que não reste nada.
Descobri que é melhor não tê-lo.
“Não é da benevolência do padeiro, do açougueiro ou do cervejeiro que esperamos que saia o nosso jantar, mas sim do empenho que eles têm em promover o seu próprio interesse” (Adam Smith, em A Riqueza das Nações)
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Melhor assim...
domingo, 14 de junho de 2009
"Por una cabeza" (o melhor tango de Gardel)
"Basta de carreras, se acabó la timba".
Mas... Como reconhece o próprio Gardel, "pero si algún pingo, llega a ser fija el domingo, yo me juego entero. ¡Qué le voy a hacer!".
O lobo perde o pêlo, mas não perde o vício.
Um bom "apostador" pode perder tudo nos "jogos da vida", mas enquanto não perde a própria vida, se entrega nas "carreras" que aparecem à sua frente... Às vezes perde, às vezes ganha... Quase sempre "por una cabeza" apenas... É assim... Fazer o quê!?
Vamos continuar comprando...
domingo, 24 de maio de 2009
Nós, os "serizumânu", e essa nossa imperfeição...
O vídeo acima é um clipe com cenas do excelente Crash - No Limite, vencedor do Oscar de melhor filme em 2005. O vídeo fica ainda melhor por causa da bela música cantada por Leona Lewis.
Quem ainda não viu Crash tem que ir imediatamente à locadora e alugá-lo, para assistir o quanto antes. Trata-se, sem dúvida, de um dos melhores filmes que eu já vi.
O filme é uma coletânea de histórias que se interligam, na cidade Los Angeles. Temas polêmicos, como o racismo, são tratados com rara sensibilidade.
Uma vez, conversando com um amigo sobre o filme, ele disse: "Crash nos ensina que ninguém é tão bom, mas ninguém é tão mau". Eu concordei. Mais do que isso: na hora, eu até considerei o que ele disse uma síntese perfeita do filme. Mas não é. Ele estava errado, e eu também.
A grande lição que o filme traz, na minha opinião, não é essa suposta absolvição para nossos erros, para nossos desvios morais. Sim, é sempre fácil dizer: "ah, todos temos virtudes e defeitos". E assim se abre a brecha para o mau comportamento. É a universalização para os atos da vida da velha máxima política do "rouba, mas faz". E assim surgem, por exemplo, o "trai, mas respeita", o "mente, mas considera", o "engana, mas compensa".
Esse relativismo moral é uma marca indelével de nós, os "serizumânu", convictos de nossa imperfeição e completamente resignados com ela.
Não, definitivamente Crash não nos perdoa e não é complacente com essa visão de que todo mundo é bom em certas circunstâncias, mas é mau em outras. E vice-versa. Na minha modesta opinião, essa é uma leitura errada.
Crash, na verdade, é um forte tapa na cara de quem pensa assim. É um soco no estômago de quem advoga esse relativismo como algo intrínseco à moral humana.
Reconhecer as nossas fraquezas, os nossos defeitos, as nossas falhas, os nossos desvios de conduta é algo que temos de fazer não com o sentimento de resignação, de conformismo. É algo que devemos fazer com sentimento de culpa, com espírito de aprendizado e com desejo firme e sincero de mudança.
A vida pode ser muito curta e nos prega muitas peças. Ignorar os seus eventos marcantes e deixá-los passar sem tentar aprender e evoluir é um desrespeito à nossa própria existência.
Amanhã você pode estar na sua moto, voltando pra casa, tranqüilo, e um cavalo pode cruzar o seu caminho, do nada. Ter a chance de acordar no dia seguinte, ainda que seja na UTI de um hospital, pode ser apenas sorte, não é mesmo? Não! Crash me ensinou que não. Crash me ensinou que essa visão relativista das coisas é um mal em si, um mal absoluto.
Não, a vida não "morde, mas sopra". Não, a vida não fere para depois curar. A vida apenas segue seu curso, no rumo das nossas escolhas. E, como eu já disse aqui mesmo certa vez, sempre há escolhas, e sempre há uma escolha correta a ser tomada.
Você pode continuar errando, conformando-se com o seu lado bom, ou não.
E aí? Qual é a sua escolha? O que você vai fazer, "irmão"?
sábado, 16 de maio de 2009
Se você não é capaz de fazer uma coisa, não se envolva numa situação que exigirá essa atitude de você.
Nesse período em que estou de repouso, por causa do acidente, aproveito para ver um filme por dia. Está sendo uma boa oportunidade para assistir aos filmes da Cinemateca Veja, que adquiri recentemente. Um dos filmes a que assisti foi "Los Angeles, cidade proibida", sem dúvida o melhor filme policial que eu já vi.
Várias coisas podem ser destacadas no filme, sobretudo a atuação espetacular de Russell Crowe como o truculento policial Bud White.
Mas o que mais me marcou no filme foi a cena em que o chefão da polícia de L.A. se dirige ao novato e acadêmico Edmund (Guy Pearce) e dispara: "você torturaria um bandido para arrancar-lhe a confissão?" Edmund prontamente responde "não!". Outras perguntas do mesmo nível se repetem, e a resposta continua sendo um sonoro "não". O chefão conclui: "então não se meta a ser detetive da polícia de L.A.".
No final das contas, o cerebral Edmund Exley até se dá bem como detetive policial, mas não sem antes cometer algumas das barbaridades que jurou jamais fazer.
Isso, portanto, deixa claro o valor da lição de moral que aquela cena do filme traz: se você não se sente capaz de fazer algo, não entre numa situação que vai lhe exigir esse algo. Senão, amigo, você vai viver a vida cometendo os mesmos erros.
(LEIA O POST ABAIXO)
sexta-feira, 15 de maio de 2009
A estupidez do pensamento politicamente correto.
O vídeo acima é uma apresentação de um humorista do grupo "DEZnecessários". O humorista, que é negro, zomba da forma politicamente correta de se referir a um negro. Segundo os manuais do politicamente correto, deve-se chamar o negro de afrodescendente. Assistam. É muito engraçado.
A questão, da forma como tratada pelo humorista no vídeo acima, dá ensejo a muitas risadas, mas ela, no fundo, é algo muito sério. O avanço do pensamento politicamente correto no Brasil ainda vai causar graves problemas.
Num post antigo, eu mencionei o caso de uma promotora de SP que está exigindo cotas para modelos "afrodescendentes" nos desfiles do São Paulo Fashion Week. É algo surreal.
Mas se vocês acham que isso é pouco, ou que se trata de um caso isolado, estão muito enganados. Leiam o projeto do Estatuto da Igualdade Racial, prestes a ser aprovado no Senado. É estarrecedor.
As minorias militantes e organizadas vão conseguir um dia transformar o Brasil num país racialista e verdadeiramente preconceituoso. E a 'maioria', abstrata e pulverizada, não existirá mais. Cada um que trate de ingressar num grupo para fazer jus aos seus respectivos direitos em nome de uma igualdade utópica.
E mais: imaginem se o humorista do vídeo acima não fosse negro?
P.S.: o absurdo é tanto que essa semana, numa sessão do Congresso que discutia o tal estatuto, um senador negro se irritou com um assessor que fornecia dados para um senador contra o projeto. Sabem por quê? Porque o assessor é negro. O senador achou que, por ser negro, ele devia ser necessariamente um militante da sua 'minoria'. Precisa dizer algo mais?
segunda-feira, 27 de abril de 2009
"Arte para toda parte", e dinheiro para todo lado.
Um patrimônio dessa qualidade precisa de um incentivo econômico à altura de sua importância. Precisa também estar na ordem do dia do debate público nacional e das definições estratégicas de nosso país. E deve ser visto como um elemento vital para nosso desenvolvimento como nação num mundo em que a produção simbólica e de conteúdo ganha importância econômica. Principalmente em um momento de crise financeira como o que vivemos agora -em que a produção cultural pode ser um dos elementos para alavancar o crescimento do país.
Uma política de Estado para as artes deve levar em conta tudo isso e, mais, garantir a valorização dos nossos artistas consagrados ao mesmo tempo em que amplia as oportunidades para quem está começando. Nas periferias, nos centros urbanos e também no interior, em todos os cantos do Brasil surgem a cada dia novos talentos. E que, muitas vezes, não têm acesso aos recursos públicos de incentivo à cultura. Para dar oportunidade a todos esses artistas, chegou a hora de atualizar a Lei Rouanet. Precisamos de um instrumento legal que permita novas formas de fomento para a cultura, especialmente para as artes, que permitam uma gama maior de recursos para o setor.
A renúncia fiscal é um mecanismo importante, mas nitidamente insuficiente para dar conta da quantidade e diversidade de demandas culturais de nossos músicos, produtores, artesãos, dançarinos, atores, diretores, artistas circenses e de tantas formas de expressão de nossa diversidade de sermos brasileiros.
Em todo o país, o enorme volume de projetos aprovados no Ministério da Cultura e que não conseguem captar recursos é uma prova viva dessa insuficiência. É necessário, portanto, oferecer novas oportunidades de financiamento para todos os tipos de artista.
A proposta do governo federal para a reformulação da Lei Rouanet está aberta para consulta pública, numa grande e inédita convocação ao debate democrático.
O acesso aos recursos públicos precisa ser qualificado a partir de critérios de avaliação transparentes, específicos para cada setor e região de atividade cultural. Discutir esses critérios à luz do dia, como estão propondo o ministro Juca Ferreira e sua equipe em todas as suas aparições públicas, é um expediente democrático da maior importância para a saúde da República. E nós, artistas, estamos e continuaremos participando disso.
Outro avanço é a criação do Fundo Setorial das Artes, que deve fortalecer o financiamento de projetos de diferentes áreas, como música, dança, artes visuais, teatro e circo.
Assim como vem sendo feito pelo Fundo Setorial do Audiovisual. Mas esperamos que os projetos sejam avaliados por nós próprios, artistas, produtores e especialistas com vivência específica de cada linguagem artística.
Consideramos necessário, também, fortalecer o orçamento público da cultura no Brasil. Oxalá o Congresso Nacional seja sensível a essa necessidade e aprove a proposta de emenda constitucional 150, que exige dos governos federal, estaduais e municipais um mínimo de investimento em cultura.
A cultura sempre fez parte do dia a dia de todo cidadão brasileiro e vem ganhando cada vez mais peso na economia do país. Chegou finalmente a hora de colocá-la no centro do debate político e da discussão sobre qual país queremos construir. E essa conquista é uma missão de todos nós: artistas, público, produtores, trabalhadores da cultura, governo e patrocinadores.
A discussão da nova lei de fomento à cultura é a consagração desse esforço. Esperamos que a sua aprovação pelo Congresso Nacional também o seja.
BETH CARVALHO , 62, é cantora.
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Saiu a 3ª edição do meu livro!
Comprem.
Divulguem.
Segue o link do site da editora, que está com um excelente na pré-venda: http://www.editorajuspodivm.com.br/compras/curdiemp.html.
quarta-feira, 15 de abril de 2009
"Ainda há juízes em Berlim".
Port Gustavo Hannemann, na Folha:
Assinante lê mais aqui
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Que nojo!
quarta-feira, 1 de abril de 2009
O capitalismo.
Mas hoje eu recebi um e-mail muito engraçado, e resolvi colocá-lo aqui.
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CAPITALISMO IDEAL
Você tem duas vacas. Vende uma e compra um touro. Eles se multiplicam, e a economia cresce. Você vende o rebanho e aposenta-se... Rico!
CAPITALISMO AMERICANO
Você tem duas vacas. Vende uma e força a outra a produzir leite de quatro vacas. Fica surpreso quando ela morre.
CAPITALISMO FRANCÊS
Você tem duas vacas.
Entra em greve porque quer três.
CAPITALISMO CANADENSE
Você tem duas vacas. Usa o modelo do capitalismo americano. As vacas morrem. Você acusa o protecionismo brasileiro e adota medidas protecionistas para ter as três vacas do capitalismo francês.
CAPITALISMO JAPONÊS
Você tem duas vacas, né? Redesenha-as para que tenham um décimo do tamanho de uma vaca normal e produzam 20 vezes mais leite. Depois cria desenhos de vacas chamados Vaquimon e os vende para o mundo inteiro.
CAPITALISMO ITALIANO
Você tem duas vacas. Uma delas é sua mãe, a outra é sua sogra, maledetto!!!
CAPITALISMO BRITÂNICO
Você tem duas vacas. As duas são loucas.
CAPITALISMO HOLANDÊS
Você tem duas vacas. Elas vivem juntas, não gostam de touros e tudo bem.
CAPITALISMO ALEMÃO
Você tem duas vacas. Elas produzem leite pontual e regularmente, segundo padrões de quantidade, horário estudado, elaborado e previamente estabelecido, de forma precisa e lucrativa. Mas o que você queria mesmo era criar porcos.
CAPITALISMO RUSSO
Você tem duas vacas. Conta-as e vê que tem cinco. Conta de novo e vê que tem 42. Conta de novo e vê que tem 12 vacas. Você pára de contar e abre outra garrafa de vodca.
CAPITALISMO SUÍÇO
Você tem 500 vacas, mas nenhuma é sua. Você cobra para guardar a vaca dos outros.
CAPITALISMO ESPANHOL
Você tem muito orgulho de ter duas vacas.
CAPITALISMO PORTUGUÊS
Você tem duas vacas... E reclama porque seu rebanho não cresce...
CAPITALISMO CHINÊS
Você tem duas vacas e 300 pessoas tirando leite delas. Você se gaba muito de ter pleno emprego e uma alta produtividade. E prende o ativista que divulgou os números.
CAPITALISMO HINDU
Você tem duas vacas. Ai, de quem tocar nelas.
CAPITALISMO ARGENTINO
Você tem duas vacas. Você se esforça para ensinar as vacas a mugirem em inglês... As vacas morrem. Você entrega a carne delas para o churrasco de fim de ano ao FMI.
CAPITALISMO BRASILEIRO
Você tem duas vacas. Uma delas é roubada. O governo cria a CCPV - Contribuição Compulsória pela posse de Vaca. Um fiscal vem e lhe autua, porque embora você tenha recolhido corretamente a CCPV, o valor era pelo número de vacas presumidas e não pelo de vacas reais. A Receita Federal, por meio de dados também presumidos do seu consumo de leite, queijo, sapatos de couro, botões, presume que você tenha 200 vacas e, para se livrar da encrenca, você dá a vaca restante para o fiscal deixar por isso mesmo...
"SOCIAL": a expressão da moda.
quinta-feira, 19 de março de 2009
Abaixo os caras-pálidas?
quarta-feira, 4 de março de 2009
A Folha erra e acerta.
domingo, 8 de fevereiro de 2009
Será?
A reportagem que o vídeo mostra é emocionante. Feita em 2007, quando a fábrica da Gurgel foi vendida, ela mostra um pouco da trajetória do gênio brasileiro que realizou o sonho de construir uma indústria automobilística nacional. Há depoimentos de parentes e informações sobre a saúde de Gurgel (infelizmente, ele passou os últimos anos incomunicável, em razão da sua doença, e nem soube o destino triste que teve sua fábrica).
No final, o âncora Carlos Nascimento diz: "ele fez um pedaço; um dia alguém fará o restante".
Será? Eu tenho minhas dúvidas. O surgimento de um gênio como Gurgel é coisa que só acontece uma vez na história.
Jornal Nacional de 31/01/09: notícia sobre o falecimento do gênio brasileiro GURGEL.
Realmente, ele não era apenas um sonhador. Era um gênio que pôs em prática muitas de suas invenções.
Vejam no vídeo o carro elétrico que podia ser carregado na tomada da sua casa. Vejam também o carro desmontável.
Incrível como esse gênio possa ser um desconhecido para grande parte da população.
"Fugi pelo desejo de ser livre!"
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
GURGEL, o Barão de Mauá do século XX.
Vagner Magalhães (Direto de São Paulo)
Autor da biografia do empresário João Augusto Conrado do Amaral Gurgel, que morreu nesta sexta-feira em São Paulo, o jornalista Lélis Caldeira, 31 anos, considera o industrial uma espécie de "Barão de Mauá" da indústria automobilística nacional. Caldeira diz que assim como Mauá empreendeu a construção da primeira ferrovia brasileira, Gurgel trabalhou pelo sonho de construir um carro nacional.
"O Gurgel era um cara genial, muito à frente do seu tempo. Uma espécie de professor Pardal", diz, se referindo ao inventor popularizado pelos quadrinhos dos estúdios Walt Disney.
Caldeira considera que os principais projetos de Gurgel acabaram vingando posteriormente, como os carros com 1.000 cilindradadas e o sucesso dos utilitários que surgiram a partir do Carajás, lançado em 1984.
"O Gurgel pode ser até questionado pelo ponto de vista administrativo, mas na engenharia ele era insuperável", diz.
Caldeira diz que após o envolvimento com o projeto do livro adquiriu um Gurgel BR-800 que ele mantém até hoje como veículo de uso diário.
"É um veículo que faz 20 km com um litro de gasolina e não quebra. Hoje, no mercado, pode ser comprado por cerca de R$ 3,5 mil. O custo benefício ainda é muito bom".
O escritor diz que se interessou pela história de Caldeira depois de ler uma matéria sobre o primeiro leilão da fábrica da Gurgel em São Carlos, no interior de São Paulo, em 1991.
A partir daí, passou a pesquisar em sebos, revistas de veículos que publicaram matérias sobre aempresa e se aproximou da família de Gurgel.
"Nas vezes que eu o encontrei, ele já estava doente, mas tinha picos de lucidez. Eu usei as conversas como base para as minhas pesquisas", diz. "Ele era uma pessoa muito bem-humorada".
Uma das histórias que Caldeira conta sobre Gurgel é a da sua formatura na Escola Politécnica de São Paulo, quando foi pedido a ele um projeto de um guindaste.
"No lugar do guindaste, ele apresentou um pequeno veículo. Mas como o pedido tinha sido um guindaste, ele teve de refazer o projeto. E ainda teve de ouvir de seu professor: 'carro não se faz, se compra' ".
A biografia "Gurgel, um sonho forjado em fibra", levou dois anos para ser escrita e foi lançada na Bienal do Livro de São Paulo, no ano passado, pela editora Labor.
Você não conhece a história do gênio GURGEL?
Desde sua juventude, sonhava em fazer um carro brasileiro, tanto que em sua formatura da Escola Politécnica de São Paulo, apresentou um pequeno veículo de dois cilindros, batizado Tião. Como projeto pedido foi um guindaste, quase é reprovado. Ouviu então de seu professor: "Carro não se fabrica, Gurgel, se compra ".
Pós-graduado nos EUA, trabalhou na Buick Motor Corporation e na General Motors Truck and Coach Corporation.
Em 1958, criou a Moplast Moldagem de Plásticos e começou a desenvolver projetos próprios, tornando-se fornecedor de luminosos para diversas empresas brasileiras.
Com o sonho em mente, fundou em 1969 na cidade de Rio Claro a Gurgel Motores S/A: a indústria mais brasileira de todos os tempos.
Sua carreira foi marcada pela busca do desenvolvimento de tecnologias automotivas nacionais, utilizando capital igualmente nacional. Característica marcante nos veículos fabricados por sua empresa eram as suas carrocerias de fibra de vidro.
A partir de 1972 passou a dedicar-se à produção de veículos especiais. Após 1975 começaram a ser produzidos os primeiros veículos utilitários tipo fora de estrada da marca Gurgel, marca que em 1981 lançou o primeiro veículo elétrico da América Latina, o Itaipu E-500. Idealizador do primeiro e até hoje, único carro genuinamente brasileiro: o BR-800.
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Era contrário ao uso do álcool de cana-de-açúcar como combustível. Ainda assim, produziu alguns (poucos) carros com motor a álcool. Na grande maioria os veículos da sua marca eram movidos a gasolina. Segundo ele a terra deve produzir alimentos e não combustíveis.
Infelizmente, a Gurgel acabou fechando as portas no final de 1994, por questões financeiras e derrotada pelas grandes multinacionais.
Em abril de 2004, o empresário Paulo Emílio Freire Lemos adquiriu a marca Gurgel. O registro desta encontrava-se expirado no INPI desde 2003. Para tornar-se seu proprietário desembolsou o valor de R$ 850,00. A família Gurgel não foi consultada e por isso decidiu mover uma ação judicial contra o empresário.
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Sofrendo do mal de Alzheimer havia oito anos, João Gurgel morreu no dia 30 de janeiro de 2009, aos 82 anos, no Hospital São Luís, na Zona Sul de São Paulo.
CALDEIRA, Lelis. Gurgel: um sonho forjado em fibra. São Paulo: Editora Labortexto, 2004. ISBN 8587917161
CALDEIRA, Lelis. Gurgel: um brasileiro de fibra. São Paulo: Editora Alaúde, 2008. ISBN 8598497940